quinta-feira, 15 de setembro de 2011

PROJETO "FESTEJOS FARROUPILHAS NA ESCOLA RAIMUNDO ALMEIDA"




 

TEMA: "Nossas Raízes"

1 – IDENTIFICAÇÃO:

Escola Estadual de Ensino Médio Professor Raimundo Almeida – Sede Nova.
Período: 8 a 31 de setembro de 2011.
Coordenação: Área de Estudos Sociais e Coordenação Pedagógica
Público Alvo: Todos os alunos da Escola e Comunidade.
Foco: O Resgate da Cultura Gaúcha, com ênfase nas nossas raízes rio-grandenses.

2 – OBJETIVO:
   Proporcionar a comunidade escolar oportunidades de realizar atividades diversas (práticas, teóricas, recreativas e culturais) com o objetivo de explorar a história do Rio Grande do Sul e buscar, em alguns episódios e períodos, indicadores da identidade do povo gaúcho, bem como rebuscar a história e retirar dela os aspectos que melhor retratem a formação sociocultural do nosso Estado.


3 – JUSTIFICATIVA:
   O presente projeto justifica-se a partir das seguintes considerações:
-Sentimos a necessidade de resgatar e viver a nossa cultura gaúcha para que possamos construir nossa identidade, bem como conhecer as raízes da formação sociocultural do gaúcho sul-rio-grandense.
-A função do folclore nas escolas é resgatar a identidade do aluno, da sua família, do seu povo, enfim, através do artesanato, costumes, hábitos, etc. Neste ano, pretende-se resgatar as características locais próprias de cada etnia constituinte de nosso município.
-Para conquistarmos nossa independência é fundamental que tenhamos conhecimento da nossa história e de nossa identidade, para que possamos nos posicionar frente a realidade de forma crítica e participativa.
-No mês de setembro comemora-se a Semana Farroupilha e a Semana da Pátria, oportunizando um clima favorável na escola para o desenvolvimento do projeto.

4 – ATIVIDADES:
-Dentro dos diferentes componentes curriculares, realizar atividades de pesquisa, estudo, composição, artes plásticas, expressão corporal, culinária e integração comunitária dentro dos sub-temas:
1. OS JESUÍTAS NO TERRITÓRIO GAÚCHO

2. A TERRA DE NINGUÉM

3. FUNDAÇÃO DA PROVÍNCIA

4. OS AÇORIANOS E A FUNDAÇÃO DE PORTO ALEGRE

5. ÉPOCA DAS CHARQUEADAS (1780 – 1840)

6. A ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA PROVÍNCIA

7. COLONIZAÇÃO – PRIMEIRA FASE

8. REVOLUÇÃO FARROUPILHA

9. NA DEFESA NACIONAL

10. REVOLUÇÃO FEDERALISTA

11. A COLONIZAÇÃO – SEGUNDA FASE – COMPLETA-SE O GHAÚCHO     

12. GAUCHISMO: CULTO E PRÁTICA

CRONOGRAMA:

DATA
ATIVIDADES

13/09/2011
(terça-feira)
-Abertura da Semana Farroupilha na escola (os alunos, professores e funcionários poderão vir pilchados durante toda esta semana).
-Recebimento dos alunos com músicas gauchescas.
-Hora Cívica. (Hino Nacional e Hino do Rio-Grandense)
-Atividades no rancho crioulo e roda de conversa sobre tradicionalismo com professora Luciane Sippert, com carreteiro de merenda nos dois turnos.
-Apresentação de poesias e músicas gaúchas pelos alunos.


14/09/2011
(quarta-feira)
- A Escola de chimarrão na escola (cada aluno deverá trazer uma cuia, uma bomba, chaleira ou térmica).
- Apresentação de uma pesquisa sobre a Erva Mate,pelos alunos do 4º ano, coordenados pela professora Solange Willers.
- Mateada na escola.


15/09/2011
(quinta-feira)
noite
-Após o recreio apresentação de Danças Gauchescas por todas as turmas.
-Recebimento da chama crioula e dia da família na escola, com apresentações artísticas dos alunos e tertúlia livre para os artistas locais.


16/09/2011
(sexta-feira)
- Café Colonial.
- Atividades relacionadas ao tema organizadas pelos professores das turmas nas suas respectivas disciplinas.

18/09/2011
(domingo)
Missa Crioula, almoço no CTG Monjolo Velho e chimarrão dançante.

19/09/2011
(segunda-feira)
Filme “O Capitão Rodrigo”, produzido a partir da obra “O tempo e o vento”, do autor Erico Veríssimo.

26/09/2011
(Segunda-feira)
Seminário Temático na escola.
-Apresentação dos alunos de acordo com as temáticas.


30/09/2011
(sexta-feira)
Gincana Gaúcha do conhecimento. (Cada equipe será constituída por representantes de todas as séries)
Sugestões de atividades:
- Corrida do saco;
- Corrida do ovo;
- Concurso de rédeas;
- Encilhar um cavalo;
- Laço da vaca parada;
- Poesia gauchesca
- Música gauchesca
- Dança gauchesca
- Dança dos balões
- Encher o Balão
- Criar versos
- Encenar Lendas
- Dramatizar uma música Gaúcha
- Fazer o nó do lenço mais rápido
- Escrever o Hino Rio-grandense
- Questões teóricas sobre o tema elaboradas pelos professores das diferentes áreas do conhecimento e entregues à coordenação pedagógica até o dia 26/09/2011.

Durante o mês de setembro
-Montar uma exposição sobre a cultura gaúcha no saguão da escola, com objetos e fotos relacionadas ao tradicionalismo que permanecerá durante o mês de setembro. (Responsáveis alunos e professoras dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental).
-Conhecer a literatura gaúcha, os poetas e cantores.
-Pesquisa de lendas, mitos, causos, poesias, vocabulário, trovas, cozinha campeira, adivinhações, diferenças culturais, cartões com motivos gaúchos.
-Exposição dos trabalhos realizados no saguão e no rancho.
-Criação do blog da escola para divulgação das atividades realizadas durante este projeto.

ATIVIDADES/TEMÁTICAS
SÉRIES
PROFESSOR
RESPONSÁVEL
OS JESUÍTAS NO TERRITÓRIO GAÚCHO

5ª série
Sandra Didoné
OS AÇORIANOS E A FUNDAÇÃO DE PORTO ALEGRE

6ª série
Sandra Didoné
REVOLUÇÃO FARROUPILHA

7ª série
Diolaine Rhoden
PRODUÇÃO DE POESIAS E PARÓDIAS SOBRE A CULTURA GAÚCHA.

8ª SÉRIE
Andrea Baron
MUSICAS, TROVAS E DANÇAS GAÚCHAS
1º ano - EM
Eliane Werle
GAUCHISMO: CULTO E PRÁTICA
2º ano - EM
Diolaine Rhoden
A LITERATURA RIO-GRANDENSE
3º ano -EM
Rosangela Schmalz
PINTORES GAÚCHOS E OBRAS REPRESENTATIVAS.
MUSICALIDADE E APRECIAÇÃO MUSICAL
DISCIPLINA DE ARTES
Janine Thalheimer

5 – RECURSOS:

HUMANOS:
Professores, funcionários, alunos, CTG - Monjolo Velho,  etc.

MATERIAIS:
Biblioteca.
CTG – Monjolo Velho
Filmadora, fitas, computador, internet, máquina fotográfica.
TV e vídeo.
Materiais de uso comum (lápis, cola, papel colorido, tinta, etc.)
Apetrechos para chimarrão.
Apetrechos de cozinha, etc.




6 – AVALIAÇÃO:
Os alunos serão avaliados pelas atividades realizadas, pela disponibilidade e participação ao longo do desenvolvimento do projeto, sendo pontuado nas diferentes disciplinas como uma das notas do III trimestre.
O projeto será avaliado pelos professores após a conclusão do mesmo com base na motivação e desempenho dos alunos, professores e comunidade em geral.
              


Projeto Festejos Farroupilhas 2011

Cada município do Estado ou cada microrregião poderá aprofundar um ou mais tópicos entre os que estão sendo propostos neste temário. Esse aprofundamento se dará em função da característica local, especialmente pela predominância ou influencia maior de uma ou de outra etnia.  Para bem desenvolver a ideia de explorar as raízes da formação sociocultural do gaúcho sul-rio-grandense foram selecionados os seguintes momentos da nossa história:
1. OS JESUÍTAS NO TERRITÓRIO GAÚCHO
                As reduções jesuíticas constituídas entre 1626 e 1641. A introdução do gado pelos Pe. Cristovão de Mendonça e Pedro Romero, o que resultou nas vacarias do Mar e dos Pinhais, além do uso do cavalo na lida campesina.  Mais tarde, com o retorno dos jesuítas ao território temos a formação dos Sete Povos das Missões. Deste segundo momento podemos explorar a questão da religiosidade, da expansão da erva-mate, as esculturas e a música (1682 a 1756). Importante estudar a Guerra Guaranítica (1754-1756) e suas consequências.
2. A TERRA DE NINGUEM
                O período compreendido entre a chegada dos jesuítas e a chegada dos portugueses caracterizou-se pela ausência de governo, de regramento e de organização mínima daquela “sociedade” que começava a aparecer, com predomínio da exploração do gado e o comércio do couro. Surge aí o tipo humano denominado “gaudério”, depois batizado de gaúcho. Foi nesse período que os portugueses instalaram a Colônia do Sacramento (1680), às margens do Rio da Prata e intensificou-se a movimentação de tropas entre Laguma e o Sacramento, especialmente pelo litoral. Surge, no cenário, Cristóvão Pereira de Abreu que é considerado o primeiro tropeiro. Esse tropeiro abre o primeiro caminho para levar tropas de gado e mulas do Rio Grande do Sul para a Província de São Vicente, hoje São Paulo. Era o início do tropeirismo.
3. FUNDAÇÃO DA PROVÍNCIA
                A província de São Pedro do Rio Grande do Sul começa a tomar forma com a chegada de Silva Paes e a fundação de Rio Grande (Forte Jesus-Maria-José) – 1737. Aprofunda-se a iniciativa portuguesa de ocupação do território (também reivindicado pelos espanhóis) com a distribuição de sesmarias e a organização das estâncias. É a partir daí que são plantadas as bases sociais e econômicas do Rio Grande do Sul. Depois de Rio Grande, foi fundado Rio Pardo e, ali, surge a figura de Rafael Pinto Bandeira e sua atividade militar na defesa do território contra as invasões castelhanas: Rio Pardo, a tranqueira Invicta.




4. OS AÇORIANOS E A FUNDAÇÃO DE PORTO ALEGRE
                O tratado de Madri (entre Portugal e Espanha) previa a troca da colônia do Sacramento pelos sete Povos das Missões, o que resultou na Guerra Guaranítica. Os portugueses planejaram ocupar as Missões com casais de açorianos e implantar na região uma espécie de colônia agrícola. Os açorianos chegaram a partir de 1754 e não puderam ser enviados para as Missões em função da Guerra, permanecendo na região litorânea e nas proximidades do Porto do Dornelles, fundando o Porto dos Casais, hoje Porto Alegre, a Capital do Estado. Eles ocuparam, também, as margens dos rios Jacuí e Taquari, fundando cidades como Triunfo e São Jerônimo. A agricultura ganhou impulso com os açorianos que se dedicaram ao cultivo de culturas como o trigo, milho e feijão. Os açorianos influem muito na implantação da cultura da família (a clã), até aquele momento praticamente desconhecida pelos habitantes que lidavam com o gado numa vida sem paradeiro. Dos açorianos temos muito das nossas músicas, danças, culinária, fé religiosa e modo de vida.
5. ÉPOCA DAS CHARQUEADAS (1780 – 1840)
                A lida com o gado ganha um ingrediente importante a partir das charqueadas. Essa foi a primeira e mais importante indústria do Estado. Por largo período o Estado teve nas charqueadas seu motor econômico mais significativo.É no período das charqueadas que o uso dos rios e lagos como meio de transporte ganha impulso, especialmente entre Porto Alegre e Pelotas. A economia passa a depender da força de trabalho dos negros escravos trazidos para as charqueadas. Foi um período de grande crescimento econômico, especialmente de Pelotas e Rio Grande, mas também foi o período triste se analisado do ponto de vista humanitário ou do direito natural dos homens. Os negros foram tratados como simples animais nas charqueadas.
6. A ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA PROVÍNCIA
                A província de São Pedro do Rio Grande do Sul somente ganha uma administração própria no ano de 1809. Sob o ponto de vista da administração pública, esse é o momento em que o Estado adquire autonomia.  A partir da organização administrativa da Província, a Capital, Porto Alegre, se desenvolve e começa a ganhar contornos de modernidade com o surgimento de prédios e de uma arquitetura própria. Outro episódio importante daquele primeiro quarto do século XIX, é o desaparecimento da província Cisplatina e o surgimento do Uruguai (1828). Destaca-se para isso a Guerra da Cisplatina. O episodio mais significativo dessa guerra foi a Batalha do Passo do Rosário, não somente por ter protagonizado a maior concentração de tropas já vista na América do Sul, mas pelas suas consequências políticas.
7. COLONIZAÇÃO – PRIMEIRA FASE
                Imprescindível para a compreensão da identidade regional é reconhecer a importância da colonização do território por europeus. Primeiro chegam os alemães. Estabelecidos inicialmente na Real Feitoria do Linho Cânhamo (1825), hoje São Leopoldo, expandiram-se para o norte e oeste, ocupando grande parte dos vales. Foram os alemães que implantaram as primeiras indústrias (artesanato) no território gaúcho. Podemos destacar, além da culinária, também a música, a dança e o espírito do cooperativismo trazido pelos alemães. A nova “ética do trabalho” também se deve aos imigrantes.


8. REVOLUÇÃO FARROUPILHA
                Episódio considerado como marco fundador da identidade regional, a Revolução Farroupilha teve início em 1835 com a tomada de Porto Alegre. Vale estudar as causas dessa revolução e o papel que a maçonaria desempenhou no fomento do conflito. A figura de Antonio de Souza Netto que patrocinou a proclamação da República Rio-Grandense (1836) merece ser bem estudada. Bandeira e Hino o hino da República Rio-Grandense foram uma conseqüência da proclamação de Netto. O episódio da tomada de Laguna e a criação da República Catarinense (1839) merecem destaque pelo significado político: os farroupilhas pretendiam implantar no Brasil uma República Federativa, integrada pelas províncias autônomas. O fim da revolta no ano de 1845, sem que os objetivos fossem alcançados, mas com conquistas importantes consubstanciadas naquilo que passou para a história como Paz de Ponche Verde, assinada nos campos de Dom Pedrito.
9. NA DEFESA NACIONAL
                A tônica da história do Estado foi a defesa do território contra os interesses castelhanos. A Guerra contra Rosas (1854) é um marco importante nesse mister. Os mesmos farroupilhas que haviam lutado contra o Império Brasileiro foram os que defenderam o Brasil contra as pretensões expansionistas do ditador argentino. A Guerra do Paraguai (1865) foi outro episódio importante. Os gaúchos formaram vários “Corpos de Voluntários da Pátria” para a formação do exército da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), combatendo o Paraguai e seu ditador Solano Lopes. -Depois da Guerra do Paraguai tem início da modernização do Brasil e do Estado, com a implantação das estradas de ferro. Houve a partir de então uma significativa melhora nos transportes e na integração do território.
10. REVOLUÇÃO FEDERALISTA
                No ano de 1889 instala-se a República Brasileira. O fim do Império dá início a um novo momento político. No Estado há uma intensa disputa pelo poder. As figuras de Julio de Castilhos e de Gaspar Silveira Martins surgem como estrelas da disputa política o que resultou na Revolução Federalista. A “guerra da degola”. Pica-paus e maragatos mancharam o território com o sangue dos gaúchos. Duas ideologias, duas facções, dois interesses convulsionaram o Estado por dois anos (1894-96). No final, a implantação da administração positivista. No ano de 1892, o Corpo Policial é extinto e no seu lugar surge a Brigada Militar como um exército estadual.
11. A COLONIZAÇÃO – SEGUNDA FASE – COMPLETA-SE O GAÚCHO
                A chegada dos Italianos no ano de 1875 marca a ocupação do último grande espaço territorial: a serra. Com sua força de trabalho, os italianos plantam cidades e imprimem um novo ritmo para a economia do Estado. Culturalmente contribuem com as suas danças, música, culinária, festas de comunidade e crença religiosa. Nesse período temos também a chegada de imigrantes Poloneses, Holandeses, ucranianos e outros grupos que, se não ocuparam grandes áreas, foram e são até hoje importantes para muitas comunidades do Estado. Neste ano de 2011 comemora-se o centenário da imigração Holandesa no Brasil. É o ano da Holanda no Brasil.
12. GAUCHISMO: CULTO E PRÁTICA
                A identidade gauchesca começa a ser estudada, compreendida e difundida, mesmo que de forma romântica, com o surgimento do Partenon Literário em Porto Alegre (1858). Foi naquela “confraria” que surgiram os primeiros escritores e poetas valorizando o gaúcho e sua cultura. Mais tarde surge a figura de João Cezimbra Jacques que capitaneou a fundação do Grêmio Gaúcho (1898). Foi essa a primeira iniciativa de organização social, como um clube, para resgatar e preservar aspectos importantes da cultura gauchesca. Em seguida foi a vez de João Simões Lopes Neto fundar a União Gaúcha de Pelotas (1899), seguindo-se uma série de clubes gauchescos pelo Estado. Foi no ano de 1947 que toda a experiência acumulada desde o Partenon Literário, que resultou na primeira Ronda Gaúcha no Colégio Julio de Castilhos, o episódio de 5 de setembro com “O Grupo dos 8” e, depois, já no ano de 1948 o surgimento do 35 CTG que deu o modelo seguido por inúmeros outros Centros de Tradições no Estado e fora dele. Hoje são mais de 3.000 CTGs, espalhados pelo mundo, reunindo pessoas (gaúchos sul-rio-grandenses e outros gaúchos) cultuando, valorizando e difundindo a cultura gauchesca e consolidando a identidade do gaúcho, fruto da sua trajetória histórica. O gaúcho é um tipo cultural, formado por inúmeras etnias e aspectos culturais herdados dos índios, espanhóis, portugueses, negros, açorianos, alemães, italianos, poloneses, holandeses ... e mestiços de toda ordem.

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